05 março, 2010

CARTA ABERTA

CARTA ABERTA

Esta coluna se destina a todos que cansaram de ver o trem descarrilar
e querem fazer alguma coisa para colocá-lo de volta nos trilhos.
Também é o reconhecimento daqueles que estão nesta caminhada.


ELEIÇÕES 2010



Lições a serem aprendidas


Considerações de um eleitor, que votou com seu “Título Eleitoral” (um dia alguém me explica por que esta mudança na lei, de última hora)


Encerradas as apurações de forma eletrônica em nosso país, algumas constatações e reflexões se fazem necessárias.


 Com rumores de possíveis manipulações de resultados neste sistema eletrônico, surgiu uma expectativa muito grande sobre esta ser de fato uma possibilidade real ou não. Muitos eleitores, inclusive, se desanimaram com o próprio fato de votar, cumprindo apenas o dever, imaginando que os resultados não dependeriam do voto em si. Fica a pulga atrás da orelha, pois tem segundo turno por aí.

 O Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, também faz pensar. Berço do PT, este não conseguiu acompanhar o percentual do desempenho da candidata Dilma, no cenário nacional. Lá Serra sempre esteve na frente, durante toda a apuração. O PSDB também disparou no Senado, deixando PT e PCdoB medindo forças até o final da apuração. Numa das apurações mais emocionantes deste 3 de Outubro, com Alckmin do PSDB, caindo dos iniciais quase 53 até os 50,60%, continua fazendo jus àquela musiquinha: “Eh, São Paulo...eh, eh, eh São Paulo”. Resolveu o assunto no primeiro turno mesmo. E os paulistas alcançam ainda mais um recorde: Fazer de Tiririca, Deputado Federal, como o mais votado, com mais de 1.300.000 votos, e o seu slogan - “Pior que tá não pode ficá”. Será?

 O Estado do Rio Grande do Sul, apesar de eleger o candidato do PT, Tarso Genro, em primeiro turno, também mostra uma certa incoerência. Imagina-se que quem votou em Tarso votaria em Dilma. Mas isso não aconteceu com os gaúchos. Enquanto 54% dos eleitores votou em Tarso para Governador, apenas 47% votou em Dilma. E o PSDB, que teve 40% dos gaúchos apostando em Serra, conseguiu apenas 18% dos mesmos eleitores votando em Yeda. Esses gaúchos, hein!!! E tem mais. Colocam em Brasília, como quarto mais votado no estado, Danrlei de Deus Goleiro. Não foi meu candidato. Fui seu fã enquanto nosso goleiro, “nos seus bons tempos”. Pelo menos espero que faça agora tantos gols na Câmera quantos defendeu no tricolor gaúcho. Pelo menos isso.


 Mas a maior reflexão, sem sombra de dúvida, está no campo nacional. Quando os primeiros números começaram a ser disponibilizados na Internet e Dilma aparecia com 42%, Serra com 35% e Marina com 19%, para mim estava claro que teríamos segundo turno. E, de fato, com algumas variantes durante a apuração, deu Dilma e Serra. Surpresa para muitos ufanistas, que apostavam que a “força Lula” daria a presidência a Dilma já no primeiro turno falando, inclusive, em 60%. Por outro lado, desmascara as pesquisas, também mal-faladas como direcionadas. Vamos ver como elas se comportarão no segundo turno.
Termos segundo turno à Presidência será salutar. Vamos conhecer um pouco melhor as coerências de quem ficou de fora. Especialmente da verdona, Marina. Tendo formação católica tradicional de berço, hoje convertida à Assembléia de Deus, ficará com a corda no pescoço. Na questão do aborto, por exemplo, muito cobrada durante a campanha, sempre afirmou que é contra, conquistando simpatias entre os católicos descontentes com a postura do PT, carro chefe, há muitos anos, da legalização do aborto. Aliás, como o Ministro da Saúde, José Temporão, em entrevista ao Roda viva da TV Cultura, declarou: “Se o Brasil legalizar o aborto, não faltarão para isso recursos internacionais”. E aí Dona Marina? Vai voltar a apoiar o partido do qual saiu, por incoerências e descontentamentos? Se apoiar Dilma no segundo turno estará também apoiando as propostas de seu ex-partido. Se for o caso, valeu a pena sair dele? E os eleitores de Marina, boa parte deles, evangélicos, por ela ter se identificado como “evangélica da Assembléia de Deus”? Que opção farão agora? Serra ou Dilma? Azul ou vermelho? Estou curioso por este segundo turno. Vamos ver se Dilma mantém a postura altiva e que causou polêmica, quando afirmou que “Nem Jesus Cristo tira esta eleição de mim”. Vamos ver se Serra saberá conquistar o percentual dos “Marinianos” que precisa, para ser presidente.



07 de Setembro de 2010
Pátria Amada...

Alguém me ajuda a entender?


Por que nos dizem que pagamos nossa dívida externa e nosso compromisso com o FMI?

Fui procurar informações e encontrei a

Nota para a Imprensa do Banco Central do Brasil em 23.08.2010

III - Dívida externa

A dívida externa total estimada para julho somou US$235 bilhões, com elevação de US$10,2 bilhões em relação à posição estimada para o mês anterior. No mesmo período, a dívida de longo prazo totalizou US$185,7 bilhões, com aumento de US$2,7 bilhões, e a de curto prazo atingiu US$49,6 bilhões, com ampliação de US$7,5 bilhões.

Os principais fluxos que afetaram o estoque da dívida externa de longo prazo foram ingressos líquidos de títulos, US$970 milhões, e de buyers, US$719 milhões. Houve, ainda, incremento de US$1,1 bilhão derivado de variação por paridade.

Quanto à dívida externa de curto prazo, o acréscimo observado deveu-se ao aumento de US$5,1 bilhões nas obrigações em moedas estrangeiras dos bancos comerciais e à elevação de US$2,4 bilhões no saldo dos empréstimos diretos em moeda.

Além dessa informação encontrei o texto:

A farsa da quitação da dívida externa

Flavio Morgenstern
Instituto Millenium, 3.08.2010

Você pode conferir em:

http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/08/divida-do-brasil-com-o-fmi-farsa-de-sua.html

Então!!! Pagamos ou não pagamos???

No Jornal Nacional desta terça-feira, 07.09.2010, a candidata Dilma afirmou: “Não somos mais devedores. Somos credores”.

No Programa Político da candidata, as 20h46, neste mesmo dia 07.09.2010, foi afirmado, eu ouvi: “Pagamos a dívida com o FMI”.

Outra coisa que me deixa irritado, às vezes (só às vezes), é o que fazem com nossos símbolos nacionais. E já que hoje é 07 de Setembro, aconteceu de novo.

No mesmo programa político da candidata Dilma, houve descumprimento da lei que rege a execução do Hino Nacional Brasileiro. As notas musicais não corresponderam ao original além do ritmo e acompanhamento apresentados como samba, o que também não corresponde ao original. Fui procurar na Internet informações sobre a Lei 5.700/71, que regulamenta a utilização dos Símbolos Nacionais e achei também este site:

http://novo.guiaassis.com.br/index.php?/A-Lei-que-rege-o-Hino-Nacional.guia

Deixei o seguinte comentário no mesmo:

“Se o Exaltasamba um dia fez um pagodinho do Hino Nacional Brasileiro, no horário político da candidata Dilma, deste 07 de Setembro, ele foi um samba, com direito a notas musicais que não correspondem ao original, num verdadeiro "arranjo". E no programa do partido do governo.


Ah! Desculpem... deve ser o novo conceito de democracia: ‘eu faço o que bem entendo e os outros precisam aceitar’. Será um prenúncio do ritmo em que o Brasil vai ‘dançar’ daqui pra frente?”

ALGUÉM ME AJUDA A ENTENDER???

Feliz Dia da Pátria... DA AMADA...

Alguém vai tomar uma providência???

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Prédica do dia 25 de Julho de 2010



Evangelische Paul-Gerhardt-Gemeinde – Stuttgart

Estimada comunidade local e visitantes!
Estimados membros da Assembléia da Federação Luterana Mundial presentes a esta celebração.

Em primeiro lugar, para mim, como brasileiro e luterano, hoje é um dia especial. O dia 25 de julho marca a chegada dos primeiros imigrantes alemães à nossa terra, no ano de 1824. Hoje mesmo, as celebrações populares são intensas, com o que chamamos de “Festa do Colono”. Em minha própria comunidade local, temos hoje uma celebração ecumênica e uma festa que reúne milhares de pessoas em torno da música, comida alemã, desfile de carros de boi (carretas) e artesanato.

Como descendente de imigrantes vindos da região do Hunsrück ao sul do Brasil, e que até os 7 anos de idade só conhecia este dialeto, poder estar pregando, exatamente neste dia, aqui na Alemanha, é um prazer enorme e uma grande responsabilidade.

Em segundo lugar, a alegria de estar nesta comunidade Paul Gerhardt, que tem uma identificação com este nome tão significativo em nossa história evangélico-luterana. E não apenas por ser a Comunidade Evangélica Paul Gerhardt mas por sua vida musical, como pude acompanhar no vosso site na Internet, através da “galeria de fotos”, onde crianças, coralistas e instrumentistas celebram a vida comunitária. Como também acontece nesta manhã com a presença do Coro de Sopros. Em nossa vida de culto no Brasil, os hinos de Paul Gerhardt são parte ativa desde a colonização de 1824 até HOJE. E podermos cantar neste dia, hinos em português e alemão, torna este momento único em significado.

Em terceiro lugar, é muito importante termos esta celebração comunitária em meio aos trabalhos da 11ª Assembléia da Federação Luterana Mundial, onde reunimos delegados de 145 igrejas membro, representando mais de 70 milhões de cristãos luteranos. Nós somos este mundo luterano, reunido HOJE
aqui na Alemanha, no Brasil e em outros 77 países mundo afora. E mais do que isso, motivados pelo tema que nos ocupa durante estes dias de trabalho: “O Pão Nosso de Cada dia nos dá HOJE”.

Dentro das propostas de estudos bíblicos durante esta semana da Assembléia, temos trabalhado temas muito importantes a cada dia. Nesta sexta-feira estudamos a questão do HOJE. Vamos também agora, refletir sobre algumas questões deste HOJE, inspirados por um texto do Antigo Testamento de I Reis 17.8-16, que lemos agora:

8. Então, lhe veio a palavra do SENHOR, dizendo: 9. Dispõe-te, e vai a Serepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida. 10. Então, ele se levantou e se foi a Serepta; chegando à porta da cidade, estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, uma vasilha de água para eu beber. 11. Indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um bocado de pão na tua mão. 12. Porém ela respondeu: Tão certo como vive o SENHOR, teu Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois pedaços de lenha e vou preparar esse resto de comida para mim e para o meu filho; vamos comê-lo e morreremos. 13. Elias lhe disse: Não temas; vai e faze o que disseste; mas primeiro faze dele um bolo pequeno e traze-o para mim aqui fora; depois, farás para ti mesma e para teu filho. 14. Porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra. 15. Foi ela e fez segundo a palavra de Elias; assim, comeram ele, ela e a sua casa muitos dias. 16. Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do SENHOR, por intermédio de Elias.

Sabemos que a desequilibrada divisão e aplicação de recursos é uma das marcas de nossa sociedade. A sobra de uns é a falta de outros. E isso acontece HOJE mesmo. Enquanto estamos aqui reunidos tem gente que não terá o que comer. Não por falta de alimentos mas por que estes não chegam a todos. Neste ponto a história bíblica da viúva de Serepta é um retrato de parte de nossa sociedade, que não tem mais esperança, pois sua panela não tem mais do que um pouco de farinha e óleo. Isso é tudo. Só para HOJE. E o amanhã? Quem sabe!?

O Profeta Elias teve uma tarefa nada fácil, de anunciar a chegada de uma grande seca sobre a nação. Depois de 3 anos a fome era grande. Então ele também pode anunciar a chuva que terminaria com o sofrimento do povo. Em escala menor, a situação se repete também na casa de uma viúva, pobre, cuidadora de seu filho, que não tem nada para oferecer a sua visita, com recursos muito limitados e chegando ao fim.

E Elias pede água e comida para si. Não parece egoísta? Será que ele não vê a situação daquela mulher? Como pode ter a coragem de tirar o sustento de uma família para satisfazer a si mesmo? Que mensageiro de Deus é esse?

Mas parece que neste pedido de Elias àquela mulher está uma lição de vida que também ela precisaria aprender: A fé se revela tanto na abundância quanto na necessidade. Quando temos, a fé nos impulsiona para o “dar”. Quando não temos, a fé nos impulsiona ao “confiar”. Acho que vocês concordam comigo que a atitude daquela mulher, em tomar o resto de seus recursos para fazer uma doação, é um ato de fé e confiança. E, aliás, parece que nos registros bíblicos tanto do Velho quanto do Novo Testamento, as “viúvas” tem desenvolvido esta fabulosa qualidade da doação. Lembramos do comentário de Jesus à porta do templo, quando reconhece esta virtude na viúva que, com sua pequena moeda, dava tudo que tinha enquanto que outros, com muito mais possibilidades, de fato estavam dando apenas as sobras.

Assim como a moeda daquela viúva da história de Jesus ressoou no fundo da caixa de ofertas e nos ouvidos dos que lá estavam, ressoa HOJE, nos nossos ouvidos, a palavra da viúva de Serepta, quando diz a Elias: “É tudo o que temos. Depois disso morreremos”.

O tema “O Pão Nosso de Cada Dia nos dá HOJE” nos quer ajudar a identificar as viúvas de HOJE em dia. Que rostos elas tem?

• Elas tem o rosto de crianças famintas no Sudão, para onde vai nossa oferta neste culto de HOJE, através da “Weltmission”. Isto é HOJE.

• Elas tem o rosto de milhões de pessoas portadoras de HIV, de diferentes partes do mundo, na busca de quem os possa ajudar, antes que morram, como aconteceu nesta semana na XVIII Conferência Internacional sobre AIDS, muito perto de nós, em Vienna/Áustria sob o tema “Direitos aqui. Direitos agora”. Isto é HOJE.

• Elas tem o rosto de milhões de migrantes à busca de emprego para o sustento de suas famílias HOJE. Como bem diz um hino brasileiro que cantamos em nossos cultos: “nos sofridos que esta sociedade faz”.

A Europa tem sido reconhecida, desde a Renascença, como o berço de artistas famosos, seja na música, seja na pintura. Se pudéssemos pedir a Da Vinci, Michelangelo, Chagall, Van Gogh ou Rembrandt, só para citar alguns, a nos pintarem um quadro da casa daquela viúva de Serepta, provavelmente este quadro não teria muita cor, nem muita alegria e nem muito brilho. E este poderia ser o quadro da vida de muitos, HOJE, aos quais incluímos em nossa petição quando oramos “O Pão Nosso de Cada Dia dá-nos HOJE”. E se pedíssemos a Paul Gerhardt que escrevesse um hino, a partir deste quadro da viúva de Serepta? O que ele escreveria? Aliás, penso que ele até já o escreveu?

Pensemos por um instante no seu hino “Sou peregrino nesta terra“ (Ich bin ein Gast auf Erden), de 1666. Na sexta estrofe ele diz:

6. Die Herberg' ist zu böse,

Der Trübsal ist zu viel.

Ach komm, mein Gott, und löse

Mein Herz, wenn dein Herz will!

Komm, mach ein sel'ges Ende

An meiner Wanderschaft,

Und was mich kränkt, das wende

Durch deinen Arm und Kraft!

Mas foi naquele seu HOJE que a viúva de Serepta viu algo acontecer: No repartir do nada veio a promessa do tudo: “A farinha da tua panela não se acabará” (v.14). O quadro começa a ganhar cor. A música começa a ganhar um “allegro” ou um “andante”. O pão não precisa ser acumulado. O Maná era recolhido a cada manhã: HOJE. O pão que podemos repartir se multiplica. No milagre da multiplicação dos pães, relatado nos evangelhos, foram os discípulos que saciaram a fome da multidão, repartindo o que guardavam para si mesmos. No dividir o pão se multiplicou.

Creio que este é um bom momento para partilhar com a comunidade a canção que escrevi sobre o tema (“O Pão Nosso de Cada Dia”, que está no hinário da IECLB.

O pão, pelo qual “nem sempre agradecemos de coração” (como diz a canção), ao ser assim recebido e repartido, se torna testemunho cristão. E para esta geração nós podemos ser os que o repartem HOJE. E assim como a viúva de Serepta tem HOJE muitos rostos, o PÃO, segundo a interpretação de Martin Luther no Catecismo Menor, também não se limita ao alimento, mas o inclui. E esse é o mundo de HOJE: carente de “bom governo, comida, bebida, casa, trabalho, bons patrões, bons empregados, paz, saúde, alegria, vida e favor”. Como dar este testemunho com aqueles que HOJE estão comendo sua última porção?

A realização da 11ª Assembléia da Federação Luterana Mundial nesta cidade de Stuttgart também passa a ser um testemunho, onde ricos e pobres se aproximam. Onde brancos e negros se respeitam. Onde colonizadores e colonizados vencem suas diferenças. Onde o Pão Nosso passa a ser motivo de unidade e não de divisão. Onde quem “tem” procura saber como fazer chegar parte disto ao que “não tem”. HOJE podemos ver o milagre da “farinha que não acaba na panela” se tornar uma promessa “até o dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra” (v.14), numa visão futurista da eternidade. Na denúncia Elias predisse a seca. No anúncio ele predisse a chuva. Enquanto este dia não chega vamos trocar o egoísmo pelo altruísmo, o pedir pelo repartir, o juntar pelo dividir. Assim estaremos, no HOJE de nossas vidas e dos outros, pintando quadros mais coloridos e entoando canções mais alegres. Fiéis ao Evangelho e no “espírito do tempo” (Zeitgeist), como bem usou o termo para sua época, Johann Gottfried Von Herder e ampliado em sua “Filosofia da História” por Georg Wilhelm Friedrich Hegel, este, nascido aqui em Stuttgart em 27 de agosto de 1770.

Não vivemos no tempo do profeta Elias e da viúva de Serepta. Não vivemos no tempo da presença física de Jesus. Não vivemos no momento histórico de Herder e Hegel. Mas estamos vivendo o nosso “Zeitgeist” pedindo: “O Pão Nosso de Cada dia nos dá HOJE”.

Que cada um de nós, delegados desta Assembléia, o saibamos fazer quando voltarmos para nossos países de origem. Que esta Comunidade Evangélica Paul Gerhardt de Stuttgart, respondendo ao seu Zeitgeist, que também observei em vossa galeria de fotos na Internet, continue neste “espírito” com suas crianças, famílias e idosos, nos bazares, no convívio comunitário, na alegria que vem de uma comunidade que ama a música e através dela se expressa, fazendo assim missão, aqui e mundo afora.

Que o Senhor nos abençoe!



LIÇÕES DA COPA


Geralmente as coisas que passam na nossa vida, acabam passando mesmo. Inclusive sem que aprendamos lições importantes, que poderíamos aprender. É assim com as diferentes fazes da vida, com uma compra que não deu certo, um emprego que não conquistamos, uma viagem que não fizemos ou um negócio que perdemos.

E A COPA DO MUNDO 2010 que terminou neste dia 11. Que lições ela pode deixar conosco? Arrisco alguns possíveis aprendizados:

Estrelas não brilham sempre

Um evento do porte de uma Copa do Mundo, com todo o envolvimento da mídia, patrocínios e investimentos não pode passar em branco. Assim também é com os personagens principais: os jogadores. Nas fazes eliminatórias, nos jogos amistosos de treinamento, no acompanhamento da mídia esportiva, vão aparecendo as “estrelas”, que de fato o são ou nos fazem crer que são. Em cima delas as expectativas. Elas serão o “brilho” da competição. Para mim esta foi a principal lição desta COPA 2010.

Dá pra dizer que NENHUMA das estrelas anunciadas, de fato brilhou. Vamos citar algumas: Kaká (pra começar em casa), Cristiano Ronaldo (pra ficar com os patrícios e na nossa chave), e aí vem Henry, Messi, Gatusso, Rooney e os que você está lembrando agora.





Transferimos isso para as equipes que nos foram “impostas” como possíveis campeãs: Brasil, França, Itália, Argentina. Pensamos nos técnicos: Dunga, Maradona, Lippi, Domenech, Capello.

E sem falar dos “gurus” que sempre tem a palavra certa, as previsões exatas, estampadas nas cartas e nas conchas jogadas em programas de TV em rede nacional. Vejam só: estrelas apagas que cederam lugar há um “polvo adivinho”. Só me faltava essa!



Vamos aprender então a primeira lição: Estrelas não brilham sempre

A mídia pode ser controlada

Sem sombra de dúvida esta foi a copa da tecnologia. Pena que a FIFA ainda não arriscou utilizá-la para corrigir erros grosseiros da arbitragem, que com replays instantâneos, que nós podíamos conferir sentados no sofá de casa, e um quarto ou quinto árbitro não podia utilizar sentado à beira do campo, com comunicação direta com os árbitros principais. Não para desmerecê-los, mas para esclarecer algumas situações absurdas que nós presenciamos. Esta mesma mídia é formadora de opinião. Ela nos faz crer que tudo que os comentaristas e analistas dizem é verdade e vai acontecer. Bem ou mal, não tendo levado nossa seleção brasileira até onde nós todos queríamos, o técnico Dunga “peitou” a mídia, deu entrevistas quando quis, disse o que ele queria e não aceitou a imposição da toda poderosa Rede Globo. E o povo deu seu recado pro Galvão.
Sites de relacionamento (Orkut, Facebook, Twitter), mostraram sua força junto ao sistema de mensagens eletrônicas (emails) para inclusive boicotar aquela emissora no jogo Brasil x Portugal, assistindo-o em outro canal. Para preencher o tempo em suas reportagens, se viu de tudo na televisão nestes dias de copa, inclusive pingüins atravessando a rua, em matérias de mais de 3 minutos no horário mais caro da TV. Quem sabe este setor também aprenda lições importantes para 2014.

Política fora

Mesmo com a presença de presidentes, príncipes e rainhas nas arquibancadas, o desafio de não misturar as coisas, evitando manifestações e conotações político-partidárias, funcionou. Foi de fato a festa (nem tanto) do futebol.
E olha que a realidade sul-africana (e eu conheço pessoalmente 3 das cidades que foram sedes de jogos), a presença de Nelson Mandela, a participação das seleções das duas Coréias e Estados Unidos, Bill Clinton na Arquibancada, eram pratos cheios para que a questão política aflorasse. Mas não foi. E eu já começo a pensar em 2014 ou, porque não dizer, 2010. Imaginemos a conotação política governista que teria dado esta edição da copa se o Brasil tivesse chegado ao Hexa, em ano eleitoral? Agora, do lançamento da próxima copa, que aconteceu nestes dias em Johannesburg até 2014, quando teremos eleições novamente, que prato cheio para nossos políticos, não é mesmo? E a copa de junho/julho de 2014, no Brasil, apenas 3 meses antes das eleições presidenciais daquele ano? Nem quero pensar (mas já pensei!).

É possível superar-se

Nesta copa tivemos também alguns bons exemplos de superação, onde verdadeiros sustos foram pregados em alguns poderosos do mundo do futebol, como África do Sul e México derrotando a França; Japão derrotando Camarões e Dinamarca (que já foi Dina-máquina); Eslováquia despachando a Itália já na primeira fase; Suiça ganhando da campeã do mundo Espanha, na estréia do grupo; Gana frustrando os Estados Unidos e fazendo depois aquele jogão com o Uruguai (talvez um dos melhores jogos da copa). O próprio Uruguai, chegando à copa na repescagem, acaba sendo a equipe Sul Americana que mais avançou, estando entre os 4 melhores, deixando a nós, brasileiros e “los hermanos” argentinos, chupando o dedo. Porque não falar do próprio país anfitrião que foi uma lição de superação, correndo contra o relógio, preconceito e incredulidade dos que pareciam apostar que alguma coisa desse errado. Pena mesmo que os “Bafana, Bafana” não foram mais longe.

Isso sem falar das superações individuais de muitos jogadores e técnicos, de equipes menores, que deram verdadeiros shows e proporcionaram algumas das jogadas mais bonitas...


como o japonês Honda, equipe e jogador que me impressionaram.


ENTENDEU?

Quando a gente quer ter certeza que a outra pessoa pegou nosso recado, nossa idéia ou sugestão, perguntamos: “Entendeu?” E é isso que estou fazendo aqui. Não sou comentarista esportivo nem analista político. Sou brasileiro, gosto de esportes e amo a vida. E gosto que ela me ensine. Estas “lições da copa” que mencionei acima podem ser aplicadas a nossa vida diária, profissional e comunitária. Como é importante ter a possibilidade de superar-se, fugir da tentação de que tudo precisa ser interpretado politicamente, aprender a controlar nossa reação diante da opinião de outros sem nos deixarmos manipular por estas opiniões, as vezes poderosas e lembrar que as estrelas brilham sim, refletindo uma luz maior e não a sua própria. Tomara que algumas “estrelas” da vida esportiva e política aprendam estas lições também. Entendeu?
Parabéns a "furia" e ao goleiro e capitão Iker Casillas
 por terem lutado bravamente e protagonizarem
a única derrota da "laranja" nesta Copa 2010



50 anos de Brasília



Emoção e Decepção


Dedico esta Carta Aberta aos 50 anos de Brasília. Confesso que o faço com dois sentimentos bastante fortes: emoção e decepção.


Minha primeira visita à Brasília foi em janeiro de 1971, no tempo de estudante, quando ela tinha apenas 10 anos de fundação. Neste dia 21 de abril de 2010, completou 50. Na época eu estudava com o filho do Deputado Federal Daso Coimbra, de família evangélica, falecido em 11 de dezembro de 2007. Coimbra exerceu sete mandatos consecutivos (1963/1991). Antes de se eleger deputado federal, foi deputado estadual no Rio de Janeiro (1955/1963) por duas vezes.


Tempo em que a gente não tinha vergonha em dizer que era amigo de filho de Deputado ou Senador. Tempo em que Brasília ainda estava longe de virar no que virou nos dias de hoje. Claro que toda regra tem exceções e nós as conhecemos também.
Como jovem, na época, me impressionei e emocionei com o que via. Visitamos o Congresso, andamos por seus corredores, entramos nos plenários da Câmara e do Senado. Subimos a torre, fomos à Catedral e ao Palácio Alvorada. Era impressionante. Voltei mais algumas vezes. Me emocionei!


Brasília agora tem 50 anos. Bodas de Ouro. Data significativa e lembrada com todos os tipos de comemorações possíveis na semana de aniversário e, principalmente, no dia 21.


Diferente dos meus 20 anos quando a conheci, hoje estou perto de completar meus 60. Quando olho para Brasília, ela continua linda. Mas ela se tornou metrópole, conservando, porém, seus traços originais, exemplo de segurança no trânsito e no trato com os pedestres. Inchou com as cidades satélites, que foram surgindo, empurrando para a periferia principalmente os trabalhadores da área da construção civil e concentrando no que reconhecemos como Brasília, o poder político da nação brasileira.

  
Aqui se decide o presente e o futuro da nação



Passou do bi-partidarismo ao pluripartidarismo o que, em tempos de segundo turno, pouco significa, pois inimigos de primeiro turno se unem, como amigos, rodeados de promessas no segundo turno. Idealogias temporais. Linhas partidárias flexíveis. Esquerdas e direitas com cara de centro. Perda de identidade. Povo confuso. Congresso corrupto. Exceções cada vez mais raras. Regras cada vez mais claras. Me decepcionei!


Ter poder e ser poderoso


Parece que as duas expressões significam a mesma coisa. Mas não é verdade. Quem está em Brasília tem poder. Conferido pelo voto da população. Tem poder de fazer leis. Tem poder de mudar leis. Tem poder para fazer o bem. Tem poder de mudar as coisas ou de mantê-las como estão. Tem poder para enfrentar a pobreza ou de mantê-la como cabide, para poder pendurar os votos futuros, com novas promessas aos coitados que já se acostumaram de viver de promessas. Tem poder de acabar com a fome ou de mantê-la para poder continuar oferecendo favores. Tem o poder de valorizar seu salário pago pelo povo, em idéias e ações que devolvam este valor ao bolso do trabalhador ou de acumulá-lo e multiplicá-lo, de maneira fantástica e inexplicável, para seu próprio benefício, enriquecendo ilicitamente as nossas custas e sem medo do leão. Estes são os poderosos. Manipulam orçamentos e licitações, conhecem os conteúdos dos envelopes, antes de serem abertos. Guardam segredos, não à sete chaves, mas com uma única, de um cofre do qual só eles sabem o segredo. São poderosos para manipular as leis a seu favor. São poderosos para fazer com que promessas de campanha sejam esquecidas, dando o que o povo mais gosta: circo e pão. São poderosos para convencer. Para fazer calar ou falar. São poderosos para transformar, até mesmo um presidente, de inimigo em aliado. De desafeto em companheiro. São poderosos para, até mesmo como presidentes, transformarem as promessas do passado em benesses do presente e transformar o dedo em riste, dirigido a alguém em tempo de oposição, em abraço caloroso em tempo de situação. A política é um mistério! Brasília é um mistério!


Uma olhada na situação


Nunca fui candidato a nada. Já me perguntaram quando seria. Uma vez dessas respondi: “quando não precisar de partido e puder seguir meus ideais”. Mas sou um bom observador. Visitei o antigo leste-europeu poucos anos após o final do regime socialista por 50 anos. Pelos países em que andei, como a Republica Tcheca, Slovakia, Letônia, Estônia, observei e perguntei. Visitei igrejas devolvidas ao povo, depois de terem servido como casas bancárias durante o regime. Vi prédios centenários que serviram à igreja e a comunidade, destruídos e abandonados durante o regime e serem devolvidos em estado calamitoso, sem qualquer recurso para restauração e reconstrução. Vi também as cores voltando às paredes das casas que, enquanto todas de cor cinza, simbolizavam uma igualdade que nunca existiu. Vi jovens e adolescentes bebendo nas estações e nos trens, sem perspectiva de futuro, pois não lhes era permitido sonhar com um. Vi uma Cuba dividida onde se paga 5 dólares por um artesanato comum e um médico, fiel ao regime, ganhando 20 dólares ao mês. Vi uma praça lotada, com gente ouvindo Fidel Castro por 3 horas num Primeiro de Maio, acenando bandeiras e depois voltando para suas casas, caindo aos pedaços, sem condições mínimas para uma vida digna. Vi uma Varadeiro (cidade de veraneio cubana), multiplicando dólares e euros de forma luxuosa, no trabalho de mãos simples e calejadas e de jovens que trocam qualquer profissão pelas gordas gorjetas de turistas norte-americanos e europeus, que no acesso à cidade pagam seu pedágio em guichês próprios determinados para dólares e/ou euros. Vi uma Colômbia alegre mas entristecida e sangrenta, dividida por uma guerra civil que dura quase 50 anos, exterminando desafetos e inocentes. Vi uma África do Sul feliz pelo fim do Apartheid sabendo porém que, como me disse um colega negro, “só a próxima geração é que vai viver a liberdade de fato”. Vi os Estados Unidos, enquanto lá morei, como super-potência anunciada, se entregar a presença estrangeira de trabalhadores de mão de obra barata, fazendo o serviço que o próprio americano não quer fazer. Vi ali uma América consumidora, em alta escala, de produtos que seu dinheiro pode comprar, mas sua indústria não quer produzir. Vi um povo patriota, amante de sua nação, com princípios democráticos, divididos, porém, pela segregação racial, definindo áreas para brancos e negros, de forma explícita ou não.


Vejo o Brasil. Vejo as calamidades que tem assolado a população em diferentes locais, causando mortes e desespero, como no caso das chuvas no Rio de Janeiro. Vejo Brasília. Vejo seus 50 anos. Percebo que as calamidades que sobrevêm ao País por sua maneira de lidar com a coisa pública e os estragos que provocam à nação, são piores dos que as causadas pela natureza, pois são pensadas, planejadas, decididas em gabinetes. Corrupção não é como enchente, que vem de uma hora para a outra, por uma chuva inesperada. Não! Ela nasce de contas bem feitas, de contratos bem pensados e engenharias bem desenhadas para não “darem na vista”. Desvios de verbas não são como um tornado ou ciclone, que se forma “do nada” e atinge velocidade destruidora em poucos minutos. Não! Eles são calculados, programados, depositados e transferidos sem vestígios, até mesmo em situações de calamidades naturais, fazendo com que um percentual considerável chegue sempre aos mesmos bolsos. Me decepcionei!


Entendem agora porque eu me emociono e me decepciono com Brasília?


Preciso como brasileiro, parabenizar a nós todos, pela capital que temos. Preciso, também, como brasileiro, alertar a nós todos, da capital que temos.


Para ser fiel aos meus sentimentos neste aniversário de Brasília, não posso deixar de prestar minha homenagem póstuma a um amigo de muitos anos, com quem chorei ao lado de uma cama de hospital depois do mesmo ter sofrido grave acidente e com quem me alegrei em muitos momentos felizes, quando o tempo o permitia.

Amigo Julio Redecker. Você partiu cedo demais, pelos nossos cálculos. Mas você honrou Brasília e ela deveria se orgulhar de você. Me emocionei!








Ao amigo Renato Molling, hoje deputado em Brasília, desejo sucesso e responsabilidade.
Ao Prefeito de Novo Hamburgo e amigo, Tarcisio Zimmermann, que trocou Brasília por nossa cidade. Que consiga alcançar suas metas, cumprir suas promessas e favorecer ao nosso povo, na área urbana e na rural, fazendo política sim, no verdadeiro sentido da palavra, buscando o bem do povo.


Me emocionei e espero não me decepcionar!


Viva Brasília! Viva o povo brasileiro!


Novo Hamburgo – 5 de abril de 1927 a 5 de abril de 2010 – 83 anos

Minha homenagem a minha cidade, no dia de seu aniversário

Tenho raízes contigo, “Nóia”, como carinhosamente aprendemos a te chamar. Meu querido pai, se vivo fosse, também faria seus 83 anos em 2010. Tu és apenas 5 meses mais velha do que ele. Tu me recebeste como filho desta terra, nascido no Darci Vargas, ou Operário, tanto faz, em 1950.

Minha infância, adolescência e juventude devo a ti. Aqui aprendi a ler, escrever, jogar bola e vôlei, tocar violão, falar no rádio, fazer teatro e danças gauchescas.

Tu me deixaste sair por uns tempos, quando tinha apenas 19 e fui estudar em São Paulo. Mas nunca te deixei. São as raízes: família, amigos e o gostar daqui. Gostar tanto a ponto de fazer minha paulista, esposa querida, a gostar de ti também. E lá se vão 36 anos de vida a dois. Assim como me recebeste, por nascimento, há quase 60 anos atrás, recebeste também mais dois filhos teus, meus mas também teus, lá no Darci Vargas também. São nossas raízes.

E a nossa casa na Três Passos, Vila Centenário na época (do outro lado do arroio), ainda está lá, bem cuidada pela minha mãe aos 81. São nossas raízes.

E lá fui eu de novo: 15 anos fora. Espírito Santo, São Paulo, Estados Unidos. Mas nunca te deixei. Me chamaste de novo e voltei, aliás, voltamos, os quatro, mais experientes, mais maduros. Cresceste, como eu. Ficaste adulta, como eu. Hoje o mundo te conhece e eu, partindo daqui conheci o mundo. E me recebeste de volta. São 40 anos de estrada. São 40 países. Mas tu és meu ninho. Como é bom poder voltar.

Pena que tua simplicidade deu lugar a complexidade.

Tuas calçadas onde pessoas se sentavam pra tomar chimarrão, deram lugar a ambulantes, expositores com produtos que saem das lojas de comerciantes que alugam a parte de dentro e se apoderam da parte de fora, que é nossa, pedestres, clientes, famílias a passeio.

Tuas praças, com seus bancos, flores e bicas de água potável, hoje nos dão medo. Escondem segredos de pacotinhos que passam de um para o outro, abrigam casais nada formais, que nos envergonham quando passamos e precisamos ver e aceitar sua forma de entender a liberdade.

Tuas ruas, de onde se via o amigo na outra calçada e por um aceno de mão se recuperava a amizade e via seu sorriso. Onde pedestres, ciclistas, lambreteiros e motoristas se entendiam muito bem. Conseguiam parar pro outro passar, pois a sinaleira não iria fechar. Hoje as janelas dos carros estão fechadas, os trincos baixados, os vidros escurecidos. O aceno de mão deu lugar a buzina, não pra dizer um “oi” mas para reclamar e exigir seu espaço, agora divido ainda com carroças, catadores de papel, caminhões e ônibus, todos com pressa sem lembrarem que as cores dos meios fios tem significado, que as faixas de pedestre tem dono e que as cores das sinaleiras são iguais desde que foram criadas.

Nos esportes e nas artes teu vôlei já nos deu glórias, teu punhobol nos deu muitas alegrias, teus nadadores continuam nos orgulhando, aqui e no exterior. Teus artistas romperam fronteiras. Teu futebol, bons tempos do Floriano, quando meu pai me levava na social com sua carteirinha de sócio, se transformou em ECNH. Lá se foi o Santa Rosa. Hoje temos o Estádio do Vale. E tu estás na mídia. Afinal foste pra final do primeiro turno do Gauchão 2010 e já estás no mata a mata do segundo também. Com o Inter de novo. Novamente estás crescendo.

Tua riqueza cultural levou 80 anos para começar a ser descoberta e 70 anos para que a lei que garante sua preservação fosse cumprida. Me alegro de ter podido ajudar a desenterrar esta lei de 1937 para que um patrimônio escondido na Lomba Grande, a Casa Pastoral, o Cemitério e a Igreja Evangélica fossem os primeiros imóveis tombados pelo patrimônio Histórico e Cultural de Novo Hamburgo.






                                                    Casa Pastoral iniciada em 1834
Primeira igreja inaugurada em 1848.
Atual construída entre 1910 e 1911

Cemitério tem raízes na colonização de 1824
                                                       

Me entristeço porém, que quase três anos depois, nada pudemos fazer na preservação daquilo que não apenas o tempo mas pessoas sem cultura e sem conhecimento do valor da história, estão destruindo em seu vandalismo doentio. E a Câmara de Vereadores já aprovou. O Ministério da Cultura já liberou. O orçamento da Prefeitura já rubricou.

Não é fácil cuidar de ti, minha Novo Hamburgo. Promessas de campanha não funcionam mais. Visões político-partidárias e conchavos não são efetivos. Número de cadeiras na Câmara não passam pelo interesse do povo mas dos próprios políticos que querem ocupá-las. Câmeras de segurança nem sempre enxergam o que deveriam. Dinheiro prometido nem sempre é garantido: “Hum milhão para Lomba Grande”. A prioridade: melhores estradas, ambulância, desenvolvimento da agricultura familiar, investimento na cultura local através de um espaço comum, já liberado à administração municipal numa de nossas riquezas culturais, tombada em junho de 2007, a Casa Pastoral.

Novo Hamburgo do “5 de Abril”. Nossa data já foi nome de jornal. O crescimento da cidade e da região pedia mais. E alguém ouviu. Hoje nos orgulhamos com os 50 anos do Jornal NH. Desculpem não me alongar nesse tema pois está em minha postagem anterior.

Sim Novo Hamburgo. No teu passado estão minhas raízes. No teu presente estão o meu esforço e dedicação. No teu futuro... Bem! Aí nem tu nem eu sabemos o que virá. Mas podemos juntos fazê-lo acontecer.

05 de Abril de 2010. Mais que o final de um feriadão de Páscoa. Um dia de orgulho para nós hamburguenses.


50 anos do Jornal NH

Minha carta aberta desta semana é de reconhecimento pelo trabalho dedicado a comunidade. Estou falando dos 50 anos do Jornal NH, celebrados nesta sexta-feira, 19 de março. Com certeza um marco para nossa Novo Hamburgo, que no próximo dia 5 de abril também estará de aniversário.


Talvez nos dias de hoje, pela conjuntura da vida, não seja mais em todos os círculos que se reconheça Novo Hamburgo como a Capital Nacional do Calçado. Mas com certeza, ela é reconhecida como a terra do NH.


Tenho certeza que os irmãos Sergio e Mario Gusmão, a quem rendo meu respeito, não imaginavam que sua iniciativa pioneira teria a abrangência internacional que hoje alcançou o empreendimento. Com o avanço da tecnologia o jornal em papel passou a ser também jornal falado, jornal virtual e de abrangência internacional. Sou testemunho desta transformação. Como assinante recebo diariamente meu Jornal NH, cedinho de manhã. Viajando, recebo diariamente meu Jornal NH, pela versão virtual. Foi o caso nesta semana, lendo o NH na Costa Rica, onde estive em assessoria de comunicação .


DEDICAÇÃO


Não se chega a um marco como estes sem dedicação. E isso não falta no Grupo Editorial Sinos. Mc Luan falava em “tambor da aldeia”. Esse é o NH. Hoje se fala em comunicação GLOCAL: pensar global e agir local. Esse é o NH. Crescer com humildade, respeito às pessoas e fazendo-o com profissionalismo. Esse é o NH. Tenho testemunhado esta dedicação de várias maneiras, algumas inclusive, bastante interessantes. O NH faz parte de nossa vida de formas muito diferentes. Minha mãe, hoje aos 81 anos, foi entregadora do NH, saindo de casa cedinho para sua missão (faz tempo). Como líder comunitário durante décadas, testemunho o interesse do NH em ser este tambor. Como profissional experimentei o dia a dia do NH, com 3 anos de rádio, 2 anos de TV e 6 anos de Jornal, com o ABC Alfabetizando e O Rio dos Sinos é Nosso.


RESPONSABILIDADE


Mais difícil do que conquistar alguém é manter esta conquista. É assim na vida sentimental e profissional. É assim no mundo comercial. Ganhar o leitor, manter o leitor, satisfazer o leitor. Tarefas difíceis, mas necessárias. Só com responsabilidade uma empresa conquista esta posição. Esse é o NH.
Mario Gusmão - fundador do Jornal NH

Meu reconhecimento a toda a direção, hoje descentralizada,
mas com o olhar vigilante do amigo Mario.

Fernando e Carlos Eduardo Gusmão

Meu reconhecimento ao jovem empreendedor e amigo ADO, hoje na direção do NH. Meu reconhecimento ao profissionalismo e visão futurista do meu amigo FENACO, apostando no virtual como sinal de desenvolvimento, encurtando distâncias e trazendo o mundo para dentro de nossas vidas e casas.
Homenagem prestada pela
Comunidade Evangélica de Lomba Grande
Milton Schreck (presidente), Miguel Schmitz (Jornal NH)
 Marlene Prass (OASE), Heitor Meurer (pastor)


Novo Hamburgo está de parabéns. O Rio Grande do Sul está de parabéns. O Brasil está de parabéns. O mundo logo descobrirá por que. Parabéns Jornal NH pelos seus 50 anos.

Em tempo: além de entrega de placa comemorativa
também foi entregue cartaz de divulgação do
Sarau da Lomba do dia 9 de abril,
em homenagem aos 50 anos do Jornal NH
e dos 83 anos de Novo Hamburgo, com a apresentação da
Orquestra Sulriograndense de Viola Caipira.
O evento é promovido pela Comunidade Evangélica de Lomba Grande
em parceria com os Empreendedores de Cultura de Lomba Grande




QUEM É O GERENTE?

O Jornal NH, na capa da edição da sexta-feira, 05 de março, emite opinião sobre o caos na BR 116 no trecho metropolitano da capital gaúcha. São 40 kms pelos quais eu, pessoalmente, já transito há 40 anos também (para usar números redondos). De fato “falta gerente”. No domingo à tarde, por obras no viaduto da Expointer, um congestionamento atrasou em quase uma hora a chegada ao aeroporto. E não tem ninguém pra orientar o trânsito. Uns dias antes, um caminhão tomba sua carga e são 4 horas de tranqueira, sem ter para onde escoar o trânsito, nem quem o organize, pelo menos dando um jeito, rapidamente, para fluir novamente. Trabalhei alguns anos em Porto Alegre me deslocando de Novo Hamburgo, diariamente. Indo de carro era sempre a mesma coisa. Só tinha hora para sair. Chegada? Depende!

Mas não é apenas neste trecho da BR 116 que existe o problema. E não apenas na BR 116. Vamos a BR 101, pela qual também já fiz alguns milhares de quilômetros desde 1970.

Lembram da BR 101? Aquela que o presidente Lula veio para inaugurar as obras de início de duplicação. Aliás, duas inaugurações: Em Palhoça, trecho norte em Santa Catarina e em Torres, trecho sul no Rio Grande do Sul. Foi de helicóptero. Não se deu o trabalho de ir de carro com sua escolta pelo fadado trecho que nós temos que enfrentar até os dias de hoje, muitos anos após aquela cerimônia. E sabem por que ele veio para inaugurar o início das obras? Porque o fim, nem ele sabe quando vai ser e nunca vai inaugurar mesmo. Desculpem o parêntesis. O assunto é outro. No sábado do último carnaval, outro desrespeito total ao usuário, pelo feriadão, onde se sabe que o trabalhador brasileiro, com poucas chances de descanso, quando pode aproveita o feriadão para visitar parentes ou curtir uma praia. Vejam só. Próximo a Tubarão, sentido Porto Alegre-Florianópolis, um congestionamento que alcançou 70 kms e parou o trânsito por pelo menos 8 horas. Porque? Por obras. Até hoje não se explicou, pois não tem gerente na BR 101 também, que obra tão imprescindível foi esta que não poderia ter sido feita noutro dia, já que a duplicação está uma confusão mesmo. Ah! Pode ser que querem mostrar serviço. Daí sim, o melhor dia é quando tem bastante gente na estrada.

E a gente não tem com quem reclamar. E quando tenta se frustra. Na mesma BR 101, noutra viagem recente, vindo de Florianópolis para Porto Alegre, o ônibus recém saído da Rodoviária, quebra depois de poucos quilômetros. Onde ficou a manutenção? Depois de um tempo, vem mecânico da empresa e: “tem que mudar de ônibus”. Passageiros vão para o desembarca e embarca. Todos sentados e nada do ônibus sair. Motivo: Não havia como abrir o bagageiro do primeiro ônibus estragado e transferir a bagagem. Mas não tem problema: “vamos chamar alguém para arrombar o bagageiro”. No meio de todas estas esperas, peguei meu laptop, no ônibus mesmo e resolvi mandar um email para os endereços anunciados no interior do ônibus. Porque? Todos os 0800 anunciados (da empresa e dos órgãos públicos) “não recebem chamada deste tipo de aparelho”. Óbvio que, estando em viagem num ônibus, o passageiro que queira fazer algum registro, estará usando celular.

Assim está no Google:
DNIT - Central de Informacoes: 0800-643-7373, das 07h00 às19h00
www.pr.gov.br/mtm/informacoes/enderecos.shtml

No dia seguinte a empresa respondeu o email, pedindo desculpas, dizendo que iria verificar o ocorrido. Da parte dos órgãos públicos o retorno também veio, porém dizendo que não poderiam fazer nada sem que eu registrasse uma queixa formal (denúncia). Bem. Já se haviam passado 24 horas. Eu já estava de volta ao Rio Grande do Sul, fora do local da ocorrência e vocês já sabem como estas histórias terminam.

O Jornal NH está certo. Falta gerente. Como colocar o trem de volta nos trilhos?