30 junho, 2010

CADA DIA - Senhas Diárias - Julho 2010

Vivendo o dia de hoje à luz da Palavra de Deus


Esta coluna é dedicada a todos que, na correria do dia a dia,
queiram fazer uma pausa para reflexão e fazer um "clic" aqui


Sábado, 31 de julho de 2010


“É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis” Daniel 2.21


“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” Apocalipse 1.8


Existem “modas” que marcam as diferentes épocas. Hoje em dia, uma delas, é a previsão do tempo. Fontes das mais diversas, canais só de tempo na TV, colunas em jornais, consultas pela Internet. Parece que todo mundo tem que falar sobre isso e, infelizmente, se sabe que na maioria das vezes se deveria falar em “adivinhação do tempo” ao invés de “previsão do tempo”.


No texto de Daniel, em nossa senha do Velho Testamento, Deus está sendo colocado em teste pelo Rei Nabucodonosor. Três jovens assumem seu testemunho de fé e não se dobram diante do rei, que exigia a adoração de sua própria estátua que mandara construir. Daniel e seus amigos sabiam que só um é rei de verdade, aquele que pode deixar subir ao poder e também faz descer. Que tem em suas mãos a autoridade sobre a própria natureza. Interessante como a questão do tempo (comportamento da natureza) ocupa espaço nas páginas da Bíblia. Vários episódios estão ligados a isso: 40 dias de chuva no dilúvio, 3 anos de seca anunciados pelo profeta Elias, a tempestade e a calmaria no caso de Jonas, a tempestade que quase vira o barco onde Jesus está com seus discípulos, o vento que começa a soprar e tira a confiança de Pedro que começa a afundar na sua caminhada ao encontro de Jesus, só para lembrar alguns. Sim. O poder maior é de nosso Deus. Não esqueçamos que tudo que é humano, inclusive o poder, tem seus limites.


Este poder é ilustrado no texto do Apocalipse com a descrição de que Deus é o Alfa e o Ômega. Estas são a primeira e a última letra do alfabeto grego. Deus está no início e no fim. Tudo que está no meio está sujeito a ele. No mesmo texto outra ilustração, identificando-o como o Onipresente, passado, presente e futuro: Que é, era e há de vir.


Sabemos que sempre que acontecem calamidades, principalmente os provocados pela natureza, os mais céticos vem com os tradicionais questionamentos sobre a existência de Deus, tipo: “Se Deus existe por que permitiu isso ou aquilo”.

Na maioria das vezes esquecemos que chuvas, temporais, secas, frio e calor em excesso, sempre existiram. O que vemos hoje em dia, porém, também mostra que boa parte destes fenômenos naturais poderiam ser menores em suas conseqüências, se o ser humano cuidasse melhor da terra e fosse menos possessivo com relação a ela.
Pra quem tem oportunidade de visitar o litoral, percebe que os condomínios, edifícios e construções explorados pelo ramo imobiliário, chegam cada vez mais perto do mar, quase dentro dele. Alguns donos de casas a beira mar, se pudessem, fariam terraços por cima dele, espichando seus terrenos, para se sentirem donos dele e terem “a melhor vista”. Assim são as invasões de terra, algumas em áreas protegidas por questões ambientais e até mesmo as casas, condomínios, edifícios, hotéis e pousadas que querem ter nisso seu diferencial e afrontam a própria natureza e o criador. Depois as coisas acontecem e Deus ainda recebe a culpa. Temos que pensar um pouco no que fazemos antes de reclamarmos.



Sexta-feira, 30 de julho de 2010


“Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão” Salmo 139.5


“Não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que em vim da parte de Deus” João 16.26,27


Cercas, muros, grades, guaritas com porteiro, etc. etc... Formas que vamos encontrando para tentarmos nos sentir seguros e protegidos. Com certeza inibem algumas ações dos “indesejados”, mas não são garantias.


Este sentimento de segurança é inerente ao ser humano. Em todas as épocas e a sua maneira as pessoas buscaram a segurança a sua maneira. O Salmo para este dia olha para a origem do ser humano.

É um texto muito interessante, pois ele aponta para a criação, com detalhes sobre a formação da vida, como a expressão “tu me viste a substância ainda informe”, isto é, como feto com formas não definidas. E nesta origem da vida e da mão de Deus, ele também percebe o cuidado de Deus nas vidas das pessoas.




A expressão é muito bonita: “me cercas por trás e por diante”. É praticamente um abraço, que descreve o salmista. Assim ele se sente quando pensa no cuidado de Deus em sua vida. E se não bastasse, ele ainda pensa na mão protetora de Deus como uma “benção” (pões a mão sobre mim), como usamos em diversos momentos em nossa vida de fé (batismo, profissão de fé, benção matrimonial, oração por enfermos, sepultamento). É o sinal da presença de Deus do início ao fim de nossas vidas.


Esta benção de Deus aparece tão óbvia para Jesus na vida de seus discípulos que ele diz que nem precisaria pedir por eles, tão certo estava da presença, cuidado e amor de Deus sobre a vida daqueles que crêem. A fé faz diferença, sim! O contexto do capítulo 16 de João é a presença do Espírito Santo. Ele é o consolador que viria como disse Jesus, para guiá-los. Ao anunciá-lo Jesus disse “não temais”. É uma questão de confiança e segurança.
Tudo ajuda mas não é garantia de nada
Semelhante a criança que muitas vezes não tem noção de estar numa situação de perigo, simplesmente por estar acompanhada de seus pais. O amor a protege. Isso basta para ela. É nesta situação que ela se sente segura. É um desafio para nós também. Colocarmos em Deus nossa confiança e deixarmos que Ele nos guarde. Sem esse sentimento que vem da fé, não vivemos. Só nos preocupamos e, na maioria das vezes, à toa.



Quinta, 29 de julho de 2010

“Conservarei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal” I Reis 19.18

“Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra” Efésios 3.14,15

Estou retomando hoje minhas reflexões diárias nesta coluna do Blog. As últimas duas semanas, como puderam acompanhar pelas fotos postadas, foram de intensa atividade na reunião do Conselho e na XI Assembléia da Federação Luterana Mundial, em Stuttgart, na Alemanha. Anterior a estes dois eventos uma visitação as cidade de Wittenberg e Eisenach, que vocês também viram pelas fotos.

O texto do Velho Testamento fala de fidelidade. Não dobrar-se diante de Baal, nas palavras bíblicas, era manter-se fiel a sua fé em Deus. Conservar sete mil queria mostrar que sempre haverá quem se mantém fiel. E esse parece ser o grande desafio: Quem permanece? Por outro lado, abandonar os princípios, partir pra outra, ficar no “deixa pra lá” é mais fácil. Se já era assim naquela época, imaginem hoje em dia, com a diversidade cultural e religiosa na qual vivemos.

Neste sentido para mim, pessoalmente, foi muito importante esta viagem aos principais lugares onde Martin Lutero viveu e divulgou suas idéias e afirmou sua fidelidade a Deus. A experiência do Castelo de Wartburg em Eisenach é fascinante.
Martin Lutero, sob a identidade de Junker Jörg,
numa pintura de Cranach de 1521

Imaginar que Lutero, ao esconder-se com outra identidade, para preservar sua vida, transformou-se no estopim para o movimento da Reforma Protestante, pois trouxe o Novo Testamento numa linguagem compreensiva ao povo de sua época.

Quarto de Lutero no Castelo de Wartburg onde traduziu
o Novo Testamento para o Alemão

E quando foi ordenado a resignar de sua fé, correu todos os riscos de sua decisão e, para usar os termos de nosso texto de I Reis, “não dobrou seus joelhos diante de Baal”.

Já a palavra do Novo Testamento é um testemunho de fé do Apóstolo Paulo que dobra seus joelhos diante de Deus em oração, em gratidão por tudo que recebe. Ajuda a comunidade de Éfeso a fazer a mesma coisa, lembrando que esta obra iria crescer pela ação de Deus, de tal modo que esta “família de Deus” iria se expandir. Ele dobra seus joelhos em gratidão por isso também.

Aí está um desafio ainda para nossos dias: a fidelidade a Deus. Os trabalhos da Assembléia da Federação Luterana Mundial encerrada ontem, teve uma forte dose de chamamento à esta fidelidade, a partir do tema “O Pão Nosso de Cada Dia nos dá hoje”. Dobrar-se diante de Deus com esta petição também é levantar-se, depois de orá-la, para uma vida em favor dos outros, como ilustrei em minha pregação deste último domingo, na coluna Carta Aberta, deste Blog.


Domingo, 25 de Julho de 2010

Amigos:
Quero convidá-los a acompanharem a pregação deste último domingo, com o texto em português, da pregação que fiz em Stuttgart, em língua alemã. Ele está na coluna Carta Aberta.



ALEMANHA
 Pois estou em viagem pela Alemanha representando a IECLB e as igrejas Latino Americanas em eventos da Federação Luterana Mundial, que tem sua sede em Genebra/Suiça.
Estive em Wittenberg, hoje com o status de "Lutherstadt", a Cidade de Lutero, patrimônio apoiado pela UNESCO, preparando-se para 2017,
na celebração dos 500 anos da Reforma Protestante.
É minha segunda visita à cidade.
Já estive aqui para uma reunião do Conselho da FLM.
Antes da ida para Stuttgart uma parada em Eisenach para visitarmos o Castelo de Wartburg, onde Lutero se escondeu com identidade fictícia e traduziu o Novo Testamento para o alemão.
Anexo algumas fotos. Estamos agora em Stuttgart, para a reunião do
Conselho e para a XI Assembléia da
Federação Luterana Mundial.
Obrigado pela compreensão dos meus leitores.




Celebração no Jardim de Lutero em Wittenberg. Até 2017 serão plantadas 500 árvores lembrando as diferentes igrejas luteranas no mundo e os 500 da Reforma Protestante

No Jardim de Lutero onde a IECLB também tem sua árvore plantada

Visita a Casa de Lutero, com escavações arqueológicas que encontraram uma estruta inferior, desconhecida

Fachada principal da Casa de Lutero

Ao fundo a torre da Igreja do Castelo onde Lutero afixou as 95 teses

A torre da Igreja do Castelo de Wittenberg

Marien Kirche - paróquia de Lutero, onde pregava, batizou seus filhos e começou a difundir seus pensamentos

A Marien Kirche vista ao fundo

Entrada principal da Marien Kirche

Dr. Martin Lutero em entrevista exclusiva a televisão brasileira

E com vocês O Repórter...

Condecorado ao final, pelo Exmo. Sr. Dr. Martin Lutero

Eisenach - Igreja onde Johann Sebastian Bach foi batizado

                                     
Castelo de Wartburg, onde Lutero se escondeu com nova identidade

Entrada do Castelo de Wartburg 

Patio interno de Wartburg

Quarto de Lutero, onde traduziu o Novo Testamento


As fotos abaixo são da reunião do Conselho da
Federação Luterana Mundial, em Stuttgart,
nesta segunda-feira, dia 19


As fotos a seguir são do local da Assembléia da FLM em Stuttgart

Centro de Convenções junto ao Hotem Maritim
área de circulação
Entrada principal às reuniuões e imprensa
Chegada ao Centro de Convenções
Centro de Convenções - Stuttgart
Logo da XI Assembléia
Chegando ao acesso à plenária
Refeitório para Assembléia

Traduzindo do Inglês para o Espanhol

Ilhas de produção de notícias em 4 idiomas:
Inglês, Alemão, Espanhol e Francês
 
Equipe de Produção em Espanhol:
Luis Eduardo (Colômbia), Heitor (Brasil),
Eva (Espanha) e Juan Michel (Suiça)
Subterrâneo do Hotel ao Centro de Convenções
Ambiente de circulação interna e informações
Salão de exposições de trabalhos das diversas igrejas
Interior do Salão de exposições
Sessão plenária da XI Assembléia da FLM
Culto de abertura na Stiftskirche em Stuttgart
Programa social dos participantes da assembléia
e a comunidade local
Novo Presidente eleito da FLM,
Bispo Munib Younan de Jerusalém

Terça, 13 de julho de 2010


“Coroas o ano da tua bondade” Salmo 65.11


“Deus não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria” Atos 14.17

Hoje vamos olhar para uma curiosidade bíblica quanto às festas relacionadas à colheita, no Velho Testamento. Ontem, na Comunidade Evangélica de Lomba Grande, celebramos nosso Dia de Ação de Graças pela Colheita, numa demonstração de gratidão pelo cuidado de Deus em nossas vidas e seus sustento a cada dia.
No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.

É perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:

1. Os agricultores sedentários cananeus dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram à Canaã;

2. Originalmente, os hebreus ou israelitas não eram agricultores, mas pastores de ovelhas, vivendo como semi-nômades nas montanhas centrais e estepes localizadas nas periferias das ricas regiões agrícolas de Canaã;

3. Pouco a pouco, o povo israelita veio tornar-se agricultor e sedentário.

Se esta descrição confere, os judeus, ao conquistarem a Terra Prometida, conquistaram também um “bom costume”, quando tiveram esta mudança em sua vida, onde trocaram o campo (ovelhas) pela lavoura (agricultura). Assim entendemos também o salmista quando reconhece que ano a ano Deus mostra sua bondade, coroando de benção a vida de seu povo através de uma boa colheita. Com isso seu coração se enche de gratidão.
No Novo Testamento vemos o estímulo aos primeiros cristãos para que também guardassem em seus corações a alegria e a gratidão pelas estações frutíferas, pelas chuvas e pela “fartura”, como diz o texto de Atos. Assim sendo é muito bom que conservemos também nós a lembrança destas festas e destes “bons costumes”, principalmente, quando a gratidão já não é mais tão fervorosa e presente na vida da maioria das pessoas. Estamos nos tornando uma sociedade muito mecânica em suas ações e práticas: levantar, pegar a condução, ir pro trabalho, comer no emprego ou qualquer coisa, voltar pra casa, olhar TV, dormir.... Infelizmente em regiões industrializadas esta é quase uma rotina. O salário vem no contra-cheque ou é depositado, as contas vencem ou são debitadas em conta automaticamente e os extratos chegam, não vemos a cor do dinheiro, não paramos para admirar uma lavoura, um jardim, um bosque, um arvoredo, um rebanho, mesmo onde estes estão à nossa volta. Os bons costumes de nossos antepassados precisam voltar, para não perdermos a gratidão e a dignidade. Deus nos ajude!

 
Sexta, 09 de julho de 2010


“Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor” Malaquias 2.7


“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo” I Pedro 4.11


Há um ditado popular, antigo e sempre atual que diz: “Cada macaco no seu galho”. Ele aponta para o fato de que nem todo mundo é igual e nem todo mundo faz as coisas do mesmo jeito. Aponta também para as especialidades e particularidades de cada um, como nas profissões, por exemplo.


Os dois textos das Senhas de hoje apontam para uma função bem específica neste quadro de diversidade: o sacerdote. Sabemos que da visão do Antigo Testamento (AT) à prática do Novo Testamento (NT) existe uma diferença significativa na função do sacerdote (AT) e dos pastores, evangelistas e mestres (NT). Uma coisa, porém, é comum. A de mensageiro do Senhor. Aquele vem para construir pontes entre o querer de Deus e forma de vida do ser humano. Alguém que, por sua vocação, tenha conhecimento de Deus e, por sua prática, tenha conhecimento do ser humano. Na visão de Malaquias “da sua boca os homens devem procurar a instrução”. Assim como se espera um diagnóstico de nossa enfermidade quando procuramos um médico, espera-se que ao precisarmos de um bom conselho, uma orientação, uma palavra de conforto, a encontremos com o sacerdote. Naquele que nos procurará entender e, para aquela situação, nos traz uma palavra do querer de Deus.

Nos tempos do Antigo Testamento esta função sacerdotal era marcada por muita simbologia, nas celebrações festivas, no recebimento das ofertas e sacrifícios, na absolvição e na leitura das Sagradas Escrituras. As vestimentas e adereços queriam lembrar esta figura intermediária, entre Deus e os homens, que o sacerdote assumia.




 Nos tempos de Jesus ainda era assim. Mas com o Pentecostes a visão passou a ser mais comunitária. O Novo Testamento fala em “dons”, onde cada um assume a sua função, como os membros do nosso corpo: mãos, pés, olhos, nariz, boca. Todos são importantes e formam um conjunto mas cada um exerce uma função diferente. Pedro diz que nesta diversidade o que é igual é que Deus supre de forças a cada um que exerce, em obediência e fiel a sua vocação, estas tarefas. E aí ele também acompanha o profeta Malaquias: “quem fala o faça como mensageiro de Deus". Como se diria no popular, hoje em dia: “não fique inventando história”.
Na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
o ministério eclesiástico é exercido tanto por homens quanto por mulheres,
nas funções pastorais, diaconais, catequéticas e missionárias

Sei que esta é uma das maiores dificuldades no exercício do ministério pastoral: Não confundir a sua idéia das coisas com aquela expressa na Palavra de Deus; saber atualizar esta palavra para cada época sem deixar que ela perca sua autoridade de sempre; encontrar a roupagem dos nossos dias mantendo seu conteúdo original.


A responsabilidade é dupla: a do mensageiro em desincumbir-se de sua tarefa com fidelidade e da comunidade (seus ouvintes) o aceitar na função de mensageiro, respeitando-o como tal, valorizando-o e dando-lhe dignidade nesta sua tarefa.



Quinta, 08 de julho de 2010


“As misericórdias de Deus não tem fim; renovam-se a cada manhã” Lamentações 3.22-23


“A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem” Lucas 1.50


Enquanto estou escrevendo esta reflexão, na sala ao lado a TV está ligada. Só estou ouvindo. A reportagem é sobre a morte da amante do goleiro Bruno, a jovem Elisa. Detalhes macabros sobre um possível esquartejamento, tipo “Jack estripador”, está na lista dos depoentes presos. Pior de tudo. Ainda mais desumano. Enquanto ouvia a matéria, meus olhos liam as Senhas de hoje. A palavra é MISERICÓRDIA. Foi isso que pedi... Tem misericórdia, Senhor!


O Dicionário Enciclopédico faz o seguinte comentário:


"Misericórdia. Dó, compaixão, sentimento de bondade causado pela miséria alheia. O conceito de misericórdia encontra-se já nas antigas civilizações egípcia, hebraica, chinesa e hindu. Fazendo elogio a César, Cícero proclamou a misericórdia como a mais admirável de suas virtudes. Aristóteles louvou-a, mas colocou esse sentimento a par da satisfação pela desgraça alheia merecida. Todavia, foi com o Cristianismo que a misericórdia teve sua máxima exaltação. São Tomás de Aquino analisou exaustivamente o sentimento de misericórdia. Comparando-o à caridade, afirmou que este é preferível, pois torna o homem semelhante a Deus, pelo afeto que passa a unir o crente e a entidade suprema enquanto a misericórdia torna o homem semelhante a Deus unicamente pelas obras".

De fato quem toma atitudes como a que descrevemos acima, é um coitado. Um miserável. O caso em questão mostra que bens, influência, dinheiro, posses não são tudo, pelo contrário. Se a cabeça não ajuda, tudo soma contra.


A palavra misericórdia é, de fato, composta por duas: “miseris” (miséria, miserável) e “córdia” (cárdia, coração). Quer dizer que, quando pedimos “Tem piedade” ou “Misericórdia, Senhor!” estamos dizendo: “Olha para nós com o coração para entender nossa miséria”. Nesta compreensão as promessas de Lamentações e Lucas, são um alívio e um estímulo para enfrentarmos até as situações mais difíceis da vida.


Com a maldade crescente no ser humano, com a perda de valores da sociedade, temos que pedir “Misericórdia!” e, como diz Lamentações: A cada manhã.


Pela forma como esta pressão vem sobre as novas gerações, ficando para eles cada vez mais difícil resistir e aprender a viver a vida, temos que pedir “Misericórdia!”


Pela maneira como a presente geração vive como se fosse a “última bolacha do pacote”, como se diz na gíria, sem qualquer visão do que está deixando para as futuras gerações, temos que pedir “Misericórdia!”


Como as atitudes do ser humano vêm se tornando cada vez mais inconseqüentes, onde o imediatismo deste não se preocupa com os riscos que representam para o futuro, temos que pedir “Misericórdia!”


Como o individualismo e o egoísmo tem se tornado uma característica cada vez mais comum do “ser humano moderno”, e os outros “que se danem...”, temos que pedir “Misericórdia!”


Quarta, 07 de Julho de 2010


“Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído” Daniel 2.44


“Procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” 2 Pedro 1.10-11

De forma muito interessante os tempos mudam mas algumas coisas permanecem. Penso nos filmes e desenhos animados. Sempre existe o “reino”, “poder”, “galáxia”, que é melhor e “mais poderosa”. Nos meus tempos de adolescente o protagonista era Flash Gordon. Na era dos meus netos são Ben 10, Homem Aranha e o sempre atual Batman. Lutam por reinos imaginários, mas sempre os melhores e mais fortes.

Parece que está forma de se ver a vida é muito mais antiga do que estas histórias do mundo cinematográfico. O povo de Israel, nascido do “quase nada”, um casal de idade, sem filhos e ela estéril. Vindos de uma terra insignificante. Tornou-se uma nação poderosa.


No período de Daniel, de onde vem a senha do Antigo Testamento do dia de hoje, o outro reino, também querendo ser Todo Poderoso, era o do Rei Nabucodonosor. Tão poderoso que se imaginava incapaz de ser destruído. Aliás isso cada um pensava do seu reino e nação.









E em dias de Copa do Mundo, é a mesma coisa. Todos que já saíram, nas diferentes fases nesta edição de 2010, inclusive o Brasil, tinham certeza de que estariam na final neste domingo, dia 11. E não estão! Lições que a vida nos ensina. Bem! Quando queremos aprender. Nesta Copa do Mundo, praticamente todos os grandes nomes do futebol não fizeram o que se esperava deles. Os destaques estão sendo nomes pouco lembrados e até desconhecidos.

Para o Rei Nabucodonosor vem a palavra de Daniel dizendo que o único reino que subsiste é o “Reino dos Céus”. Parece que estamos ouvindo Jesus falando: “Meu reino não é deste mundo” ou ainda “Entre vós não é assim” e também “Buscai primeiro o reino de Deus”.

Quando mais tarde o apóstolo Pedro escreve suas cartas, com uma palavra de ânimo aos cristãos que vivem em várias partes da Ásia Menor, os quais estão sofrendo rejeição no mundo devido à sua obediência a Cristo, ele quer ajudá-los a voltarem seus olhos para “aquele reino”. Isto os tornaria fortes e perseverantes (não tropeçareis). Afinal para este reino haviam sido conquistados pela morte e ressurreição de Cristo (vossa vocação e eleição). Não estamos aqui para nos tentarmos provar melhores do que os outros. Deveríamos desejar ser o que Deus quer para nós. Aliás é isso que pedimos quando oramos “Seja feita a tua vontade”.
A fé e perseverança de Daniel não apenas preservaram sua vida
mas se tornaram um testemunho dianjte do Rei Nabucodonosor

Esta humildade faltou para o Rei Nabucodonosor. Ele teria ganho mais se não tivesse mandado construir a sua própria estátua para ser adorada. Teve que aprender lições profundas de três insignificantes jovens, mas tementes a Deus, voltados para o Reino, focados neste Reino e testemunhas deste Reino. Esse é um exemplo para nossos dias, com tantos super-heróis, da vida real e da fictícia e seus reinos poderosos, imaginários e de fato.

Terça, 06 de julho de 2010


“Com efeito, no Senhor, nosso Deus, está a salvação de Israel” Jeremias 3.23


“Todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça” João 1.16


Teve época em que a expressão “Salvador da Pátria” era muito usada. Virou até tema de novela. Revelava também uma filosofia de vida do povo brasileiro que, ou procura alguém pra dar a culpa ou alguém que resolva tudo, inclusive sem a nossa participação.


Na visão de Jeremias, no primeiro texto das senhas de hoje, o povo realmente precisava de um Salvador. No contexto do capítulo 3, Deus lhe dá palavras duras para serem ditas ao povo: “convertei-vos, ó filhos rebeldes”, ele diz no verso 14. Ou ainda: “vocês são como mulher que abandona o marido de forma caluniosa” (v.20).


A palavra “convertei-vos” é repetida com o sinônimo “voltai”, no verso 22. Só assim perceberiam que ali estava a solução, ou a salvação. Sem esta volta, sem arrependimento, sem o reconhecimento de seu fracasso, continuariam na mesma situação. E para que isso não acontecesse, Jeremias corre o risco de anunciar-les as palavras que Deus lhe dera, por mais duras que soassem. Conosco não é diferente. Se quisermos experimentar a salvação.


No Novo Testamento esta mesma salvação aparece identificada com a obra de Cristo na Cruz. Ela foi “plena”, não precisa complemento e nos é “presenteada”. É assim que podemos entender a expressão graça: “um favor que não merecemos”. E ele ainda reforça: “graça sobre graça”. E assim como nas palavras de Jeremias, o evangelista João também mostra que se chega a descobrir esta verdade e recebê-la para sua vida, na conversão, no voltar. No primeiro capítulo João anuncia que Deus veio a nós: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (v.14). No capítulo 3, no exemplo de Nicodemos, ele diz que nós podemos ir a ele, pela fé, para assim poder “nascer de novo”. Esta atitude de fé nos faz encontrar quem vem ao nosso encontro, o Salvador. A manobra é radical. Tem que fazer 180 graus. É noutra direção.



Segunda, 05 de julho de 2010


“Eu vos tratarei, melhor do que outrora; e sabereis que eu sou o Senhor” Ezequiel 36.11


“Eu tudo, fostes enriquecidos em Jesus Cristo, em toda a palavra e em todo o conhecimento” I Coríntios 1.5


Ser movido pela esperança de dias melhores parece ser uma característica do ser humano em todas as épocas. A gente espera que melhore. Quando pergunto para alguém: “Como vai?” e ela me responde com o tradicional “Se melhorar estraga”, eu costumo discordar, dizendo que “sempre pode melhorar!”


O texto de Ezequiel, nossa senha do Antigo Testamento, parece, numa primeira olhada, nos mostrar um Deus arrependido, quando ele diz “vos tratarei melhor do que noutros tempos”. Teria Deus falhado com seu povo sem dar-lhes o melhor? Temos que olhar para o contexto do capítulo 36. A terra estava desolada. O povo cativo em terra estranha. E o profeta com eles. E veja que estranho. Deus manda que ele profetize aos montes de Israel. E é a eles que Deus anuncia que “a sorte deles iria mudar”. Chegaria o tempo em que o povo voltaria. E os montes? Bem vejamos:


“Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos, e dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel, pois já está prestes a vir. Pois eis que eu estou convosco, e eu me voltarei para vós, e sereis lavrados e semeados;” (versos 8 e 9).
Jerusalém vista do Monte Sião


Agora entendemos a senha de hoje: “eu vos tratarei melhor”. O povo retornará. As terras voltarão a ser preparadas. As flores, os frutos, a vida estarão de volta. E o povo vai se alegrar e reconher que foi Deus quem fez isso. Como é bom viver na esperança de dias melhores, você não acha?


Nesses “dias melhores” costumamos novamente pensar apenas nos bens materias, na recuperação de uma doença, no sucesso no novo emprego. Nada de errado nisso. Se não fosse assim, não estaria melhor, não é mesmo? Mas veja que o apóstolo Paulo escreve à comunidade de Corinto, ajudando-os a lembrarem que se tornaram ricos, pela fé em Cristo. Mas de uma riqueza muito maior do que a material. Ricos em conhecimento, em sabedoria. E isto porque a Palavra de Deus chegou a eles de forma rica, abundante. O próprio apóstolo foi testemunha disso. Era a fé nestes ensinamentos que lhes daria conhecimento de uma nova maneira de se viver, onde as coisas melhores sempre estão por vir. E isto é riqueza também. Lembra do comentário sobre o “se melhorar estraga”, no início desta reflexão? Pois então. Não estraga nada. Viver pela fé é sempre ter a possibilidade de alguma coisa nova por chegar e isso dá um novo gosto para a vida.



Domingo, 04 de julho de 2010


“Ó Senhor, força minha, e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia” Jeremias 16.19


O apóstolo Paulo escreve: “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados” 2 Coríntios 4.8

Hoje, 4 de Julho, uma das maiores potências mundiais, os Estados Unidos, celebram seu aniversário de independência da Inglaterra. Quando nós moramos nos Estados Unidos, vivemos em Philadelphia, cidade em que ela foi promulgada.


Um dos marcos históricos é o “sino quebrado”, que pode lá ser visitado. Ele rachou de tanto tocar, para anunciar a independência.




Assim como aquele sino badalando em 4 de julho de 1776, anunciava novos rumos para a nação americana, o anúncio de Jeremias, ao povo de sua época, ressoava em seus ouvidos como uma palavra de ânimo e esperança. As expressões “força”, “fortaleza” e “refúgio” mostram o que Jeremias sentia quanto ao cuidado e presença de Deus em sua missão mas também reflete o que ele queria que o povo entende-se de Deus e deixa-se ser realidade em suas vidas. A angústia enfraquece e ele fala de força. Às vezes ouvimos alguém comentando de outra pessoas passando por uma situação difícil: “Não sei de onde ele tira forças. Eu já teria desistido”.

As expressões fortaleza e refúgio são expressões usadas em tempo de guerra. Muitas cidades eram construídas com altos muros (fortalezas) a sua volta, com guaritas de observação de soldados, para evitar que fossem atacadas pelos inimigos. Quando soldados voltavam da guerra mutilados ou muito feridos, eles eram cuidados nas “cidades refúgio”, quer dizer, lugares de recuperação onde recebiam cuidados especiais até poderem voltar para a guerra ou para suas famílias. Esse é o Deus que Jeremias descreve. Que visão!

O apóstolo Paulo, que passou por inúmeras situações de perigo, naufrágio, perseguição e ameaça de morte, aprendeu a mesma coisa que Jeremias. Ele mesmo disse que “quando sou fraco aí é que sou forte”, isso por causa da sua confiança da presença de Deus com ele. No texto de 2 Coríntios 4.8, nossa senha do Novo Testamento para hoje, ele não se deixa desanimar, mesmo que muitas vezes estas dificuldades o deixavam perplexo, quer dizer, abismado, admirado. Apesar de toda a tribulação por que passou, não deixou que seus sentimentos o deprimissem, chegando a angustiá-lo. Por pior que a situação estivesse, mantinha suas convicções, sua fé, sua confiança. Assim como o sino rachado foi um marco na história de uma nação, a experiência da presença de Deus foi um marco e um testemunho na vida do apóstolo. Ambas as situações acabam sendo exemplo para nós.


Sábado, 03 de julho de 2010


“As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que aprenda os teus mandamentos” Salmo 119.73


Jesus Cristo diz: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim” João 15.4


Conhecemos muito bem a expressão “ninguém nasce sabendo”. E ela de fato se aplica a quase tudo na vida. Nem mesmo chorar nós sabemos. Por isso levamos aquele tradicional “tapinha no bumbum”, quando nascemos, e estamos prontos para a vida. Ou não?


O salmista reconhece a mão de Deus na sua criação e no dar-lhe a vida. Com palavras de carinho ele ora a Deus, manifestando sua gratidão não apenas por saber-se criatura de Deus (as tuas mãos me fizeram) mas também amado por Deus (me afeiçoaram). Ele gostaria de ficar nesta certeza, sem desviar-se dela. Como é bom sentir-se “afeiçoado”. Mostrar afeição e receber afeição são elementos básicos no relacionamento humano. E não é diferente na relação criatura-criador. E como tudo na vida precisa ser aprendido, Ele quer ser ensinado. É no cumprimento aos mandamentos de Deus que ele encontra este equilíbrio da permanência. Ao afastar-se dos mandamentos de Deus, o ser humano se afasta da fonte de vida que é o próprio Deus. E afastar-se da vida é caminhar para a morte. Aqui não tem meio termo. Ou estamos com Ele ou não. Ou permanecemos ou nos afastamos.


Esta verdade fica ainda mais clara no texto do Novo Testamento. A ilustração já é conhecida nossa, inclusive nas reflexões aqui neste Blog.
O galho quebrado da videira, seca e murcha.
Não dá mais frutos.
Só serve para o fogo.

Quando Jesus abre este assunto com seus discípulos, ele já está pensando nas dificuldades que eles encontrariam no cumprimento de sua missão, que não era pequena: “Ide, anunciai o evangelho a todas as criaturas... até os confins da terra...” Neste sentido eles fariam inclusive mais do que Jesus conseguiu fazer. Talvez sua área de ação não passou de uns 40 quilômetros. Já a dos seus seguidores, seria sem limites. E só haveria uma forma de conseguirem se desincumbir dela: permanecendo. Neste ato de fidelidade a Deus viria o resultado: dar frutos. E vejam que ele diz que “o ramo não pode produzir fruto por si mesmo”.
Qualquer observador, mesmo o mais simplista, entende esta premissa: “Galho cortado da árvore, não dá frutos”. A leitura da Bíblia, a oração, a vida em comunidade, a prática das boas obras em resposta a fé. Este é o adubo. E os frutos vem espontaneamente!



Sexta, 02 de julho de 2010


“Sabe e vê que mau e quão amargo é deixares o Senhor, teu Deus, e não teres temor de mim” Jeremias 2.19


“Perguntaram a Pedro: És tu, porventura, um dos discípulos dele? Ele negou e disse: Não sou. Um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou: Não te vi eu no jardim com ele? De novo, Pedro o negou, e, no mesmo instante, cantou o galo” João 18.25-27


Já sentiu vergonha de dizer para alguém que conhece tal pessoa, principalmente se tem algum “rolo” acontecendo com ela? Se ela anda mal falada ou se você acha que a conexão da sua pessoa com a dela pode gerar um compromisso? Acontece, não é mesmo?


Pois era algo parecido que o povo do tempo da profecia de Jeremias estava fazendo. O profeta tenta chamá-los de volta e diz que deixar a Deus além de ser mau, é amargo. De amargo, vem amargura. Este faz parte dos sentimentos que prejudicam nossa vida. Como conseqüência o povo também perdeu o temor a Deus, diríamos: “perdeu a vergonha na cara”. Não parece que estamos falando para os dias atuais? Os tempos são cíclicos. Eles se repetem. Porém, continuar nesta situação só iria piorar as coisas. Por isso o esforço do profeta em “amolecer os corações”, tirando a amargura e a maldade, para recuperarem o temor a Deus.
Em recente novela, a artista viveu o papel de uma pessoa amargurada...
a vida toda

De fato, se olhamos as pessoas a nossa volta, em muitas vemos exatamente isso: Tristes, amarguradas, insatisfeitas, que reclamam de tudo e que passam este “clima” aos outros e os contagiam, negativamente. Geralmente são pessoas auto-suficientes, rudes e sem uma vida comunitária ou religiosa. A fé amolece os corações e arranca o mal.


No Novo Testamento a história se repete, agora com um dos seguidores de Jesus, o apóstolo Pedro. Mesmo tendo sido advertido por Jesus para que tomasse cuidado para endurecer seu coração, na hora em que mais precisava dar seu testemunho de fé, não funcionou. Ele de fato mentiu. Aquela mulher que o questionara ao redor da fogueira no pátio, enquanto lá dentro Jesus estava sendo julgado por Pilatos, já ouvira a resposta: “Não o conheço”. Agora alguém que estivera frente a frente com ele, no episódio da prisão de Jesus no jardim, lembra do seu rosto e não tem dúvida: Ele é um deles. Mas ele nega. 

E o galo cantou.
Como Jesus havia prevenido.
De fato Pedro sabia que identificar-se com aquele que havia sido trazido a Pilatos como baderneiro, impostor e curandeiro, poderia lhe custar caro. Por outro lado poderia ajudar a esclarecer quem ele de fato era.




Mas o caminho mais fácil, sempre é mais fácil de ser seguido. E não foi diferente com Pedro. E provavelmente não é diferente conosco. Que Deus nos ajude em nossa falta de fé!



Quinta, 1º de Julho de 2010

“Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar” Isaías 48.17


Jesus Cristo diz: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo” João 7.17

“O tempo voa”, diz a sabedoria popular. E é isso mesmo. Entramos no segundo semestre do ano de 2010 e nem o percebemos. Quando a gente vê, o ano acabou. Isto deixa as pessoas meio perdidas, confusas, avaliando a vida e as coisas cada vez com mais detalhes.

Exatamente para dentro desta realidade na qual vivemos se aplica a promessa de Isaías, no primeiro texto deste dia. Entre as limitações mais comuns da vida no dia a dia também está a dificuldade cada vez maior de identificar o que é útil e o que não é. O que vale a pena e o que não. Onde estamos jogando tempo e dinheiro fora em coisas mal aplicadas. Outro dia numa reunião de homens, alguém disse: “mas como saber a vontade de Deus?” Pelo texto de hoje poderíamos dizer que sempre que estejamos em dúvida sobre alguma atitude ou decisão que queiramos tomar ser da vontade de Deus ou não, devemos também perguntar por sua utilidade: Vai ajudar? A quem? Estou convicto disso? É dessa maneira que vamos descobrindo e desvendando os mistérios do querer de Deus que promete, segundo nosso texto de Isaías, “nos guiar pelo caminho em que devemos andar”. Precisamos estar atentos e dispostos a nos deixarmos ensinar. É o primeiro passo.

Para nós, diferentemente do povo do tempo de Isaías, se acrescenta um ingrediente importante a este tema do fazer a vontade de Deus. Temos os ensinamentos e exemplos deixados pelo próprio Filho de Deus, Jesus Cristo. Ele sempre afirmou, como no texto da senha de hoje, que sua maneira de ensinar e viver confirmava seu envio: “Não falo por mim mesmo”.


  Por isso, querer fazer a vontade de Deus hoje em dia também é perguntar pela maneira de viver de Jesus. Como certo escritor bem definiu no título e conteúdo de seu livro: “Em seus passos o que faria Jesus?”


Muitas vezes nos escondemos atrás de nosso próprio querer e forma de viver para justificarmos determinadas atitudes que não passam pela luz do “Jesus faria isso?”





O Apóstolo Paulo fala sobre o assunto com a comunidade de Éfeso quando diz que nossas obras devem passar pelo teste da luz, isto é, o que precisa ficar escondido, geralmente começa a ser um sinal da ausência do querer de Deus.

Confira em Efésios 5.13:

“Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz,
se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz”

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