01 novembro, 2010

CADA DIA - Senhas Diárias - Novembro de 2010

Vivendo o dia de hoje à luz da Palavra de Deus


Esta coluna é dedicada a todos que, na correria do dia a dia,
queiram fazer uma pausa para reflexão e fazer um "clic" aqui

Quinta, 04 de novembro de 2010


“Um coração compungido e contrito, não o desprezarás” Salmo 51.17


“Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” I Coríntios 1.28-29

Vivemos hoje em dia uma realidade onde a competitividade é muito grande. Precisamos nos superar. Mostrar serviço. Ampliar o currículo. Convencer. Agradar. Ao mesmo tempo em que isso é positivo,exigindo empenho, também é perigoso, pois cria ares de superioridade.

Neste sentido parece que os dois textos das senhas de hoje destoam nessa música, quando falam de pessoas contritas, humildes e desprezadas. Vejamos o que estas expressões significam na maneira em que são usadas.

No Salmo 51 temos uma oração de confissão do Rei Davi, após seu pecado com Bate-Seba. Nesta oração ele reconhece sua condição de pessoa pecadora, desde seu nascimento. Mas mais do que isso, reconhece que sua forma de agir, maculou sua imagem. Ter mandado seu soldado Urias para a frente de batalha afim de poder tomar sua mulher como esposa, o deixa agora extremamente ferido e por isso precisava de “contrição”. A palavra “compungir” mostra uma pessoa que precisava de arrependimento e confissão. Também para quem quer alcançar o sucesso e a realização, como exige o mundo moderno, uma dose de reconhecimento de seus limites e falhas faz bem.

No texto do Novo Testamento o apóstolo Paulo anima os crentes de Corinto para que reconheçam que a fé lhes dá um novo valor. Pessoas simples, sem poderem apontar para suas próprias virtudes, são agora “novas criaturas” como Paulo escreveria a eles em sua segunda carta (II Co. 5.17). Também nas questões da fé pessoas gostam de “se mostrar”, apontando para suas aptidões e obras. Sabemos que Deus nos dá dons e recursos, por isso precisamos de humildade para recebê-los e não nos considerarmos mais do que somos. A importância deste espírito humilde é não se vangloriar, desprezando os demais por serem menos dotados que nós. Isso por que muitas vezes serão estes “desprezados”, os “escolhidos”. Não é apenas um jogo de palavras. É um estilo de vida e uma questão de opção. O resto deixamos com Deus. Ele conhece nosso coração e com que motivações fazemos as coisas. Portanto: Cuidado com as suspresas!


Quarta, 03 de novembro de 2010


“O Senhor será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos” Provérbios 3.26


“Aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos” Judas 24-25


Já faz algum tempo que a opinião pública aponta a “segurança” como um dos itens que mais preocupa a população brasileira. Altos índices de violência, criminalidade, ação das polícias. Aliás, assunto que também esteve presente nas plataformas dos candidatos à Presidência da República.


Mas parece que este não é um problema exclusivamente dos tempos atuais. O sábio Salomão, noutra realidade, se dirige ao povo de sua época, apontando para Deus como a fonte da verdadeira segurança. Não é de hoje, portanto, que a fé entra em cena para garantir as necessidades básicas do ser humano. Se foi assim nos tempos antigos que dirá nos dias de hoje. Provérbios fala para nossos dias.


No texto do Novo Testamento aparece um dos menores livros da Bíblia. Apenas um capítulo dedicado aos cristãos, de um modo geral, sem especificar grupo qualquer, para que não abandonem sua fé cristã. É uma palavra de estímulo àqueles que vem perseverando na boa doutrina ensinada por Jesus Cristo e pelos apóstolos. No seio da Igreja Cristã sem infiltraram falsos mestres. Judas também dá uma palavra de alerta para que não se deixassem iludir por estes. E ele confia estes seus irmãos e irmãs a quem escreve, ao cuidado e a segurança do Rei Jesus. Uma palavra triunfal descrevendo a Jesus como Senhor, Soberano, Majestoso, adjetivos que costumavam descrever os Reis. Esta visão de Cristo serviria de incentivo para que não se desviassem, pois Ele os manteria “imaculados”, isto é, sem se mancharem com as mesmas obras que caracterizam os falsos cristãos.


De fato, em meio a falta de segurança que preocupa a todos, nem sempre temos os olhos suficientemente abertos à outras “inseguranças” que nos rondam diariamente, tentando levar não apenas nossos bens materiais mas, se possível, nossa paz, nossa esperança e nossos valores morais. Cuidado! Como dizem os escoteiros: “Sempre alerta!”



Terça, 02 de novembro de 2010


“Eu venho derramando a minha alma perante o Senhor” I Samuel 1.15


Jesus Cristo diz: “Aquele que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” João 6.37


Ontem já falamos que, apesar de nossa esperança na vida eterna e na ressurreição dos mortos, não podemos fazer pouco caso dos sentimentos que acompanham aqueles que perdem seus entes queridos.


O consolo na perda vem em primeiro lugar de uma vida confiada a Deus. No texto de Samuel, nas senhas de hoje, o autor não se envergonha de dizer que “derrama a sua alma”, isto é, sofre, chora, diante de Deus. Poderíamos inclusive dizer que este é o lugar certo para se “lavar a alma”. Uma das ilustrações mais bonitas da Bíblia Sagrada, usada também por Jesus, é a do Bom Pastor, que “conhece as suas ovelhas” (João 10). Dificilmente nos abrimos diante de um estranho ou de alguém de quem temos alguma desconfiança. Pelo contrário, a confiança abra as portas ao diálogo. Podemos chorar sim. E ainda temos a promessa de que Deus é “aquele que nos enxugará dos olhos toda a lágrima” (Apocalipse 21.4).


A palavra de Jesus no texto do Novo Testamento das senhas de hoje, é animadora também. Ele não apenas nos conhece, mas ele nos recebe. A figura é forte: “não lançarei fora”. Jogamos fora o que não serve mais. Descartamos. Diante de Deus, porém, ninguém ou nada é descartável. Nós, como pessoas, não o somos. Nossos sentimentos e emoções também não o são. A procura dos cemitérios neste feriadão de finados, ao mesmo em que aflora paixões e lembranças, acalma e tranqüiliza corações.


Uma das formas que as igrejas cristãs, especialmente aquelas que tem e mantém cemitérios, tem para se aproximar dos enlutados com uma palavra de consolo é com celebrações neste dia. Em nossa Comunidade de Lomba grande não é diferente. O Culto de Finados é um momento de parada, reflexão e fraternidade para com os enlutados. O culto inicia na igreja e termina no cemitério, ambos tombados como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade de Novo Hamburgo. O cemitério, de maneira especial, é um marco que nos liga à chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Brasil, com várias sepulturas de pessoas nascidas na Alemanha e falecendo como imigrantes aqui. Algumas das sepultura nos levam ao século XVIII, uma riqueza histórica, sem sombra de dúvida. Maior do que tudo isso, porém, é a riqueza que vem da fé. A fé na ressurreição e a certeza da Vida Eterna em Jesus.



Segunda, 01 de novembro de 2010


“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado” Salmo 34.18


Jesus disse à Maria: “Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!” João 20.15-16

Estamos às vésperas de Finados. Neste feriadão muitos procuraram e ainda vão procurar, amanhã, os cemitérios, para visitação dos túmulos de seus entes queridos. Limpeza, flores, e orações fazem parte do ritual.

Costumo dizer, nas celebrações fúnebres que realizo, que discordo de se chamar a sepultura de nossos entes queridos de “última morada”. Ela é a penúltima. A última ainda está na promessa de Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim eu o teria dito a vocês, pois vou preparar-vos lugar” (João 14:2).

Apesar desta promessa e de nossa esperança a perda de um ente querido abala. Por isso é importante que olhemos com fé e convicção para a promessa do Salmo para este dia de hoje, reconhecendo que “perto está o Senhor”. O quebrantamento diante de Deus, como diz o Salmo, é o reconhecimento de nossas fraquezas e limites. Também diante da morte.

Maria e os demais discípulos de Jesus, também experimentaram este vazio da perda. O sábado que sucedeu aquela Sexta-feira Santa, foi escuro e triste. Ainda na manhã do Domingo de Páscoa, não apenas a madrugada era escura. Os sentimentos e esperanças estavam obscurecidos. Quando Maria vê o túmulo aberto e vazio, pergunta ao “jardineiro” se sabia onde puseram o corpo de Jesus. Mas como não reconheceu que ele era o próprio Jesus? Interessante que tudo mudou quando ele disse: “Maria”. É assim que Deus quer chegar a todos nós: pessoalmente, chamando-nos pelo nome. Para isso podemos chamá-lo como o fez Maria: “Mestre”.

Quando morre um discípulo do Mestre ele vai para a penúltima morada, esperando a última. E nós os confiamos ao amor de Deus, sem precisarmos de velas, promessas ou outras “obras”. É nossa herança luterana, que aponta para o recém celebrado Dia da Reforma no dia de ontem. No tempo de Lutero era a venda de indulgências que precisava ser desmascarada para que o povo voltasse sua fé ao Deus da vida, crendo na Sua palavra.

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